quarta-feira, 25 de novembro de 2009

EJA

Foi bastante importante realizar a saída de campo dessa interdisciplina. As entrevistas com os jovens da escola em que fui fazer a pesquisa, a observação da situação da aula, no momento da mesma, foram muito reveladores das metodologias que ainda estão sento utilizadas para que aconteça a aprendizagem com esses alunos. Percebi que os cinco alunos, quatro rapazes e uma moça, não estavam muito motivados em sala de aula. Uma das perguntas se referia ao fato de haverem parado de estudar. Todos eles mostraram vergonha de responder que sim, especialmente os que acrescentaram que já haviam "rodado" uma ou duas vezes. Também não faziam nenhuma saída da escola para visitar alguma exposição, cinema, enfim. É de se perguntar como esses jovens poderão despertar senso crítico somente através de aulas expositivas. Como poderão olhar suas realidades sem que haja uma intervenção intencional para que isso aconteça. As colegas do grupo, que entrevistaram outras turmas também perceberam a mesma coisa. Se houvesse um trabalho mais focado para a compreensão de suas realidades, penso que não demonstrariam tanto constragimento nas respostas referidas anteriormente. É porque ainda consideram que existe uma culpa que é exclusivamente deles, sem perceber todo o jogo do sistema para que aconteça a exclusão. Penso que a EJA ainda, em muitos lugares, reproduz o currículo e as metodologias empregadas com alunos dos turnos regulares.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

DIDÁTICA e EJA

Quanto mais leio textos, excertos, livros, de Paulo Freire, mais penso que se a metade da humanidade fosse como ele, nossas escolas seriam realmente virtuosas. Não teríamos que ficar lutando e lutando para obtermos um minimo de condições estruturais que possibilitassem às crianças e jovens potencializar seus processos de aprendizagem.Talvez não houvesse a EJA, mas por um motivo maravilhoso de que todos poderiam se qualificar em um tempo regular, onde não haveria excluídos. Talvez houvesse alguma coisa como cursos de extensão e qualificação para todos, em todas as idades, sem faixa mínima ou máxima. Quando ele fala em fé no homem, me sinto um tanto diminuída, pois as vezes minha fé enfraquece. Ele nunca desistiu dos seres humanos, sua identificação era total. Quando fala em dialogicidade, a fé na humanidade é um de seus maiores pressupostos. A crençade que algum dia todos os indivíduos serão capazes de dizer a sua palavra, que não seja submissa, seja verdadeira, é condição necessária para que realizemos nossa intervenção com jovens e adultos. No entanto, isso significa também aceitar o momento em que se encontram e que nem sempre nossas propostas serão imediatamente aceitas por eles, ou que nem sempre tomarão como imprescindíveis os nossos pontos de vista sobre a realidade que nos cerca.

LINGUAGEM E EDUCAÇÃO

Ter contato com o pensamento da educadora Magda Soares, é bastante gratificante, pois devolve a nós professores um pouco de nossa autoconfiança. Gostei ver como ela explica de uma forma simples as diferenças de entendimento entre método e teoria. Certamente, é o próprio aprofundamento do estudo da língua, de como acontecem os processos de leitura escrita que cria algumas compartimentações, porém, com a experiência em sala de aula, os professores podem perceber que situações são coerentes com outras, que auxiliam o aluno a construir sua forma de aprender. Considero muito relevante sua fala a respeito do construtivismo, afirmando-o enquanto teoria. Também considero que houve um equívoco quando foi vivido como um método. Isso é a redução de uma teoria de desenvolvimento cognitivo que cavou fundo e marcou definitivamente um novo olhar sobre as etapas de aprendizagem das crianças. Aprender a ler codificando e decodificando não impede que sejam construídos simultaneamente o sentido, a compreensão e as funções da leitura e escrita.

LIBRAS

Ao ler os textos da unidade 3, na interdisciplina de LIBRAS, achei bastante interessante pensar sobre como os surdos ao longo da história de humanidade, conquistaram seus direitos. Foi até curioso saber que muitas vezes, dentro da própria luta na construção de suas identidades, algumas conquistas estiveram atrelados à condição de aceitarem a pecha de deficientes, já que através da lei só poderiam obter alguns benefícios se fossem considerados como tal. A condição de sujeitos com diferenças culturais não está ainda plenamente assegurada. Penso que seja muito importante que pessoas surdas estejam conseguindo alcançar níveis superiores de formação acadêmica, para que através dessa qualificação possam servir de exemplo e sirvam de vanguarda no alavancar do movimento das comunidades surdas. Claro que não considero que só pessoas com preparo intelectual possam cumprir esse papel, porém sabemos que as questões vinculadas à autoestima são muito fortes e entravam a mobilização, portanto, é necessário que haja exemplos fortes e que sirvam da esperança e afirmação.