sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Linha do tempo na educação do Brasil

Para mim foi bastante importante construir a linha do tempo na Interdisciplina de Organização e Gestão da Educação, pois além de ser uma forma menos cansativa de estudarmos a trajetória histórica da educação no Brasil, ficou muito próxima a possibilidade de comparação entre as Constituições Federais. Pode-se observar com clareza, como cada período tratou da educação, segundo suas conveniências, do ponto de vista das elites. A Constituição de 1988, ressurge como ápice do grande movimento popular que cresceu, reivindicando direitos e lutando por essas reivindicações. Infelizmente, mesmo nesses tempos pós abertura, muitos princípios ainda não são cumpridos e a grande massa insatisfeita continua aceitando essa situação como irreversível.

Aprendizagem na vida adulta.

Já havia falado sobre esse tema em um fórum da interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta. Professores sempre têm a difícil tarefa de compreender profundamente seu objeto de trabalho que é o ser humano, seu aluno ou aluna. Alguns professores trabalham com as diferentes idades, crianças, adolescentes e adultos, ao mesmo tempo. Creio que existe uma tendência para se dedicar a esta ou aquela faixa etária com a qual mais se identifica. Porém, os alunos e alunas na vida adulta, devem trazem dentro de suas peculiaridades alguns desafios que não são encontrados nas outras fases. Aqui nos defrontamos com nossos iguais e, por esse motivo, precisamos estar mais atentos do que nunca quanto aos nossos processos internos de egocentrismo ou descentração, pois a luta pelo espaço dentro da sala de aula, aparece de forma mais acirrada, mesmo que sob uma capa de cordialidade ou qualquer outro tipo de mascaramento. Não se pode esquecer que os adultos em questão, trazem da relação cultural com o mundo do tabalho, muita insatisfação pela necessidade de submissão,que se não devidamente observada, respeitada e externada, pode ser transferida para a figura do professor, identificada como autoridade opressora. Penso que as escolas, no horário noturno deveriam ter um espaço de aprendizado na área de Psicologia e Sociedade, onde os alunos encontrassem períodos reservados para a discussão dessas questões, para que o baraço das emoções pudesse dar frutos mais doces. Enquanto os olhos da escola, direção e docentes estiverem fechados para esta situação, ainda se apresentarão muitos problemas durante o desenvolvimento do processo de aprendizagem dentro da sala de aula.

Regimento Interno

Estudando os instrumentos fundamentais para uma gestão escolar mais democrática, pude compreender melhor a importância do Regimento Interno e sua relação com o PPP. O Regimento Interno, possui a qualidade de assegurar o que está intencionado no PPP, porém, ao serem feitos de modo isolado, cada um em um tempo diferente, nem sempre o RI consegue cumprir seu papel na relação com o PPP. Em muitas escolas, foi construído antes dele, o que lhe impede de dar garantias ao primeiro. Acaba assim, assumindo a postura de imposição quanto ao que o PPP deve postular em termos de educação. Dentro dessa circunscrição dos princípios educacionais, acabamos vendo algumas medidas que deveriam ser tomadas para o avanço da democracia dentro da escola ficarem totalmente estagnadas ou impossibilitadas em sua implementação pela falta de previsão para que esse processo possa ocorrer. É preciso lançar mão de profundas reavalições dos Regimento Interno da escola para que se tenha maior liberdade de ação, e que esta traga benefícios mais rápidos para o avanço do processo democrático.

Velhice

Olhando a apresentação de um dos grupos, em Psicologia da Vida Adulta, que tratava da vida amorosa dos velhos, digamos que confirmei uma forma de pensar quanto ao foco de trabalho a ser desenvolvido com esses. Cada vez mais, penso que se deve buscar situações que os levem a refazer seus conceitos de vida, de moral, e sobre o uso da razão. Me parece que os velhos são olhados somente através da ótica das emoções e do corpo, em decorrência das transormações pelas quais passa. Todo o trabalho, tende a ocupar o corpo, a expandir o campo emocional, como se as pessoas nessa etapa de vida, não pensassem mais, não fossem capazes de emitir opiniões e externar idéias que podem trazer benefícios a uma mudança até de paradigmas, talvez. Por exemplo: Se na juventude, a maioria das pessoas sofre preconceitos quanto a exercer-se sexualmente e amorosamente, na vida adulta, passam a desempenhar um papel contrário, passam a oprimir a nova geração que lhe sucede, para depois voltar a reivindicar liberdade. Creio que o trabalho deveria ser orientado para que haja um rompimento com esse ciclo negativo. Aproveitar o momento para que os velhos, possam reavaliar suas experiências de vida, tentando construir conceitos que poderiam ser um novo norte para a juventude, libertando-a dos chavões, e das culpas pelo desejo, talvez aí, essa juventude pudesse também reconstruir seus valores porém numa perspectiva menos ansiosa, menos voraz, exercendo seu direito ao amor e ao sexo, com mais responsabilidade pelo seu par. Acredito que essa seria uma grande contribuição da velhice.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Importância da apropriação das leis que regem a educação

Considero ainda, bastante incipiente o reconhecimento da importância da apropriação das Leis que regem a Educação no Brasil, por parte dos trabalhadores em educação. Na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação e nas Diretrizes Curriculares Nacionais, Estaduais ou Municipais, encontram-se todos os princípios que norteiam a educação em nosso país. Muitos projetos são deixados de lado, por desconhecimento do amparo que a lei pode oferecer. Acostumados a assistirem o desfile de impedimentos verbais e que nem se comprovam, por força de sua auto-desvalorização como profissionais,os professores não se atrevem a realizar nenhuma carga jurídica de resistência. Vejo como extremamente importante, que todos os colegas que já consigam enxergar essas possibilidades, pensem de que maneira poderiam reunir seus colegas para o estudo das leis, e a partir daí, iniciarem a participação em conselhos existentes no seu Município.

PPP

O Projeto Político Pedagógico de uma escola revela sempre qual a visão de sociedade existente por parte do conjunto de profissionais dela, a própria elaboração do documento feita somente a partir deste segmento, na maioria das vezes, com a exclusão do maior interessado que é o educando, já expõe sua posição. Um documento que é discutido sem levar em conta as opiniões de todos os segmentos envolvidos na existência da escola, no mínimo, já traz em seu bojo o germem do autoritarismo. Como tornar motivador o aprendizado daquele que já é considerado de princípio como incapaz de pensar sua vida, sua experiência? Se considerarmos que vivemos um escola que está recém iniciando sua transformação em direção à participação geral, à convivência mais fraterna, mas que ainda está impregnada de valores individualistas, então essa transformação ocorrerá, mesmo que lentamente, por caminhos de amplificação, mas se mascararmos a realidade afirmando que a escola já é democrática, ou está democratizada pela participação de pessoas em uma assembléia ao ano, por exemplo, então ainda teremos muito tempo pela frente para que novos rumos sejam apontados.

Gestão democrática e gestão patrimonialista

Gostei muito de realizar a comparação entre esses dois conceitos de gestão , especialmente no âmbito da escola. Pois ao extrair de nossa própria realidade, como profissionais docentes, os elementos que os compõem pudemos observar o quão distante ainda estamos da democracia em todas as nossas instâncias de vida. Vivemos ainda, extremamente imersos em um estado patrimonialista, dentro do qual a gestão da escola é seu ato social e cultural mais representativo. A forma como acontecem as eleições para diretores, em que procura-se o consenso tempo integral, evita-se o conflito, e se fazem arranjos nas conversas individuais de porta a porta exemplifica muito bem esta situação.Poucas pessoas têm coragem de se lançar para um cargo de direção em meio a esse tipo de articulação. Daí que aquela ou aquele que alcança o cargo inicia com toda a liberdade a implantação de suas idéias, fazendo-as prevalecer de várias maneiras. Por camaradagem, por coersão ou pelas duas alternadamente, mas quase nunca por decisão discutida por um coletivo. Infelizmente, poucos professores têm uma visão dessa ordem; acham normal que seja assim. A camaradagem camufla o estado de opressão. Fica difícil percebê-la, e ainda que não premeditada, ela está presente.

Velhice

Durante o trabalho em grupo, realizado na interdisciplina Psicologia da Vida Adulta, cujo título foi Velhice: resgatando a auto-estima, consegui realizar várias elaborações interessantes. Primeiramente, que os comportamentos na velhice, estão diretamente ligados às histórias de vida de cada pessoa; na realidade eu já pensava um pouco por essa linha, mas me pareceu que confirmei essa tese, pois todos os trabalhos, enfocavam mais evidentemente, ou menos, ou até como um pequeno aspecto, essa afirmação. Segundo, e por conseqüência, deve ser promovido um amplo debate dentro da sociedade, com vistas à superação da visão de que a velhice é uma segunda infância. Embora muitos velhos acirrem suas opiniões e posturas com relação às situações ou temas conjunturais que acabam por caracterizar uma espécie de teimosia frente a outras pessoas, o velho apresenta uma grande diferença da criança, possui imensa bagagem cultural, e um descentramento muito maior do que a criança em seus anos iniciais. A chamada teimosia, ocorre como tentativa de recuperar um tempo em que talvez teve que manter uma atitude de muita submissão para poder continuar sobrevivendo. Geralmente, na área profissional, ou ligada ao mundo do trabalho. Terceiro, também se faz necessário o estímulo, desde a família até os profissionais que lidam com essa etapa da vida, no sentido de participação produtiva intelectual, seja realizando cursos, voltando à faculdade, ou qualquer outro grau e ensino,ou aidna atuando em grupos de debate e reivindicação como associações de aposentados, sindicatos, comitês eleitorais para que possa quem sabe, reparar essa fragilidade instalada por conta de submissão da razão, propiciando que passe a ser testemunho de luta pela vida para os que caminham para a velhice.