Na escola E.M.E.F. encontram-se 25 crianças dentro da sala. Doze delas variam suas idades de onze a quatorze, já quase quinze anos. A outra metade da turma situa-se na faixa dos dez anos. A grande maioria delas apresentam famílias em que um dos pais ou ambos estão desempregados ou prestam serviços temporários. Falta-lhes alimentação, em casa, a maioria vem para aula com febre, dor de dente, de cabeça, garganta, além de outras doenças contagiosas como hepatite, caso que aconteceu esse ano com um dos alunos e que foi detectado por mim. Essas crianças têm carência de roupas, brinquedos, não possuem computador, nem aparelhos de CD, uma ou outra criança, somente. A maioria dos pais não consegue vir à escola saber de seus filhos ou não se interessa realmente. As crianças, quase não tomam banho, e no turno oposto ao escolar, ficam pelas ruas, vão à rios, arroios, tomar banho sozinhos, ou cuidam dos irmãos. Nem sempre auxiliam na casa. Em casa, muitos pais (homens), bebem, o casal briga muito e até comete atos de agressão, algum familiar, irmão, tio, pai, está envolvido com drogas e todos brigam muito com as crianças, inclusive batendo nelas, ou na outra polaridade, não se importam com o que fazem. Em aula, a maioria delas apresenta-se no estádio operatório concreto, mas recém entrando nele. Mesmo os de quatorze anos. Além do mais percebe-se características de estádios anteriores. São pouco cooperativos, só se acalmam sob ordens severas, (o que me causa muita tristeza), agridem-se muito, discutem sem conseguir argumentar, ficam afirmando ou contra-afirmando: é X não é, sei X não sei ( estádio das representações pré-operatórias). Sentem muita vergonha de falar em frente aos outros, gostam de dançar e cantar, mas encenar, não muito. A escrita apresenta muita dificuldade. Muitas vezes, de cinco palavras escritas, todas possuem erro ortográfico. Não articulam início, meio e fim e ficam se repetindo, daí, daí, daí e repetem a mesma frase, todinha.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
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2 comentários:
Querida Zilá:
A realidade que trazes é cruel, mas será que algum texto, algum trabalho que tenha sido desenvolvido ao longo do PEAD, em especial neste semestre, pode contribuir para que se tenha uma luz de como trabalhar com crianças e jovens que apresentam tais características, inclusive a da faixa etária tão diversificada?
Abraço.
Celi
Oi Zilá, deixei um comentário na postagem anterior, acredito que possa valer também para essa. Dê uma olhadinha. Abração, Sibicca
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