Tive a oportunidade e ir até o polo de Sapiranga, na sexta-feiraa noite e assistir o filme referido no título dessa postagem. Durante o tempo em que fiquei assistindo, lembrei que já o havi visto, há muitos, muitos anos atrás. É um filme triste com final feliz, porém naquela época, certamente muitas histórias de vida de crianças surdas foram tristes com finais também tristes. Ali se vê a batalha de uma mãe que não se conforma em não poder se comunicar com seu filho e não entender seus desejos e necessidades. Porém, muitos pais davam ouvidos aos que detinham algum conhecimento a respeito dessa necessidade. Sem desconsiderar a boa intenção ao crerem estar ajudando, as escolas que praticavam a terapia da palavra na verdade carregavam o preconceito de que esse é um mundo só para ouvintes, os não ouvintes é que devem se adaptar a ele. A crença de que o ser humano só é completo possuindo todas as suas habilidades físicas, desconsidera a condição do indivíduo como ser social e cultural que sempre aprenderá e terá a contribuir independente de ter necessidades especiais em uma ou outra área de sua vida. Achei muito interessante o momento em que Jonas se dá conta de que o rapaz surdo o está ensinando a linguagem de sinais. A partir do momento em que associou o sinal a alguma coisa que era de seu interesse como o cachorro quente, que nunca conseguia pedir, compreendeu que os outros gestos também eram sinal de comunicação. Sua alegria nessa descoberta foi muito bonita. Mais uma vez se comprova a importância da aprendizagem significativa, que parte do interesse do indivíduo.
domingo, 11 de outubro de 2009
DIDÁTICA
Considero muito importante os textos lidos na interdisciplina de didática, pois se fala muito nas vinculações entre indivíduo e sociedade, escola e sociedade, mas penso que muitos professores não conseguem efetivamente enxergar essas relações. Quando um autor conceituado no meio acadêmico coloca e explica essa visão,muitos passam a se questionar, realmente. A escola enquanto instituição, organizada em sistemas de ensino, sempre demonstrou sua posição com relação á ideologia dominante. Sempre promoveu a sua disseminação. Os vinculos entre os processos produtivos e o conheciemento oferecido nas escolas públicas são muito esclarecedores. A forma de ensino que leva a uma aprendizagem fragmentada está explicada pelo processo produtivo que leva a alienação com relação ao próprio trabalho. O Taylorismo e o Fordismo, ao organizarem as linhas de produção, com a especialização das diversas etapas dessa, em uma esteira contínua, onde o indivíduo jamais consegue ter a dimensão da importância do seu trabalho, conseguiram sem o esforço do combate, hegemonizar as idéias de que existem seres humanos que foram feitos para o trabalho manual e outros para o intelectual. Quando alguém somente aperta um parafuso, ou seleciona uma peça defeituosa, diariamente, não consegue se dar conta de que sua suposta pequenina parcela no processo global é tão importante quanto a do que planeja o produto a ser montado. Sem a sua parcela não há produto final. Mas a idéia de que qualquer um possa fazer seu trabalho, que lhe é incutida sistematicamente, acaba por levá-lo ao que chamamos de alienação. Falta de consciência da importância do produto final que enriquece a uns poucos. Essa filosofia vai ser colocada para as crianças, na escola,para prepará-los desde pequenos para essa alienação. O conhecimento oferecido também de forma fragmentada impede que a criança se situe no mundo como sujeito de suas ações. Se não consigo imaginar o todo da sociedade, como ela se articula, então não encontro meu espaço, e possivelmente eu não seja importante a ponto de mudá-la. Minha contribuição é tão pequena que não vale a pena tentar.Na sequência vemos a desmotivação, a falta de interesse, a violência, sinalizando que o caminho atual não pode continuar. É necessária a mudança de fato, sem remendos ou modernismos que continuam mascarando uma ideologia que é contra as classes dominadas.
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EJA
A Educação de Jovens e adultos me fascina cada vez mais. Já tive a oportunidade de lecionar na Escola Sindical, no município de Taquara, no ano de 2002, durante o Governo Olívio. Foi muito gratificante pois até hoje encontro alunos e alunas que continuaram seus estudos e estão cursando Faculdade e muitos que continuam inseridos em algum movimento social, lutando por seus direitos e sua liberdade. A possibilidade de trabalhar com a Pedagogia de Projetos com adultos me motivou tanto que nesse momento estou saindo de uma estrutura já conhecida, de uma escola em que trabalho há 6 anos, para a possibilidade de lecionar para a EJA, em outra escola, inclusive mais longe de minha casa. Logicamente que essa decisão também tomou em conta a possibilidade de ter um turno livre durante o dia para acompanhar minha filha em seus estudos, mas a leitura dos textos propostos pelas professoras dessa interdisciplina me sucitaram uma grande vontade de voltar a trabalhar com adultos. Ainda não tenho certeza, pois depende de transferência, mas acredito que vai dar certo. Os textos lidos na interdisciplina de Linguagem e Educação estão muito articulados com o que está sendo desenvolvido na Interdisciplina de EJA, e me proporcionaram uma visão mais ampla do trabalho.
Seminário Integrador.
Gostaria de dizer que continuo achando muito importante a interdisciplina de Seminário Integrador, pois ela realmente cumpriu seu papel de articuladora dos conteúdos desenvolvidos nas diversas interdisciplinas. Percebo as conexões num crescendo, a partir das postagens nesse portifólio, todo o trabalho sobre perguntas e sua culminância no estágio, a partir da implementação da Pedagogia de Projetos. Gostei muito de realizar a tarefa das teses, pois consegui perceber mais nítidamente quais são os elementos essencias de um PA e comecei a perder o medo de tentar trabalhar com essa forma de aprendizagem. Talvez hajam mais essências, mas extrai do trabalho as seguintes: Necessidade do grupo para a troca de saberes e aprofundamento, para exercício da argumentação, para exercício do relacionamento solidário, cooperativo e respeitoso. A flexibilidade, fundamentalmente. Plano de ação para priorização e acompanhamento das atividades. A realização de mapas conceituais como facilitadores da articulação dos conceitos e visualização do todo. A importância da existência de uma pergunta investigativa. A importância de estruturar as dúvidas e as certezas já que essas são as bases para o desenvolvimento da pesquisa, no sentido de fortalecer certezas ou refutá-las e responder as dúvidas. Articulação entre as várias áreas do conhecimento. Síntese, a fim de buscar a coerência em um trajeto por inteiro. Registro de toda a pesquisa e etapas. Avaliação permanente das etapas.O resultado de tudo será a aprendizagem por parte dos integrantes do projeto.
LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
Estou gostando muito de cursar a interdisciplina de Linguagem e Educação pois realmente ela tem trazido muitos elementos novos para mim. Apesar de eu já trabalhar com as crianças apresentando diferentes gêneros de texto, sempre tive a escrita como uma incógnita. Quando li o texto de Kleimann fiquei bastante contente e surpresa de uma certa forma. Ainda que busque leituras extras, percebo a importância do meio acadêmico em nivel superior. Quantas produções e pesquisas tem sido feitas e que ainda não possuem uma mínima inserção no meio docente, especialmente o de escolas públicas. O conceito de letramento autônomo me clareou muito. Me fortaleceu de certa forma. Coloquei para as supervisoras das duas escolas. Uma ficou a pensar.. a outra não sei. Certamente no próximo ano iniciarei pelo diálogo com as crianças. Realmente deve ser muito dificil para elas articularem suas idéias em textos argumentativos e ou expositivos. A estrutura é diferente daquela a que estão acostumados a vivenciar diariamente que é a fala, ou seja, o diálogo. A maior parte do tempo falam informalmente, seu vocabulário é adquirido conforme suas experiências na família, com os coleguinhas, nas brincadeiras, em suas igrejas e ou passeios. Realmente o vocabulário apresentado em sala de aula, fica bem distanciado do que se habituaram a ver e compreender. Claro que não estou dizendo com isso que não devamos apresentar um outro vocabulário. Esse é nosso papel enquanto docentes, iluminar suas vivências com cientificidade, estimulando-os à formalização. Precisamos, no entanto, iniciar pelo que já trazem e incentivá-los ao registro escrito. É o que consideramos de conhecimentos prévios, que muitas vezes é falado mas não compreendido.
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