Considero muito importante os textos lidos na interdisciplina de didática, pois se fala muito nas vinculações entre indivíduo e sociedade, escola e sociedade, mas penso que muitos professores não conseguem efetivamente enxergar essas relações. Quando um autor conceituado no meio acadêmico coloca e explica essa visão,muitos passam a se questionar, realmente. A escola enquanto instituição, organizada em sistemas de ensino, sempre demonstrou sua posição com relação á ideologia dominante. Sempre promoveu a sua disseminação. Os vinculos entre os processos produtivos e o conheciemento oferecido nas escolas públicas são muito esclarecedores. A forma de ensino que leva a uma aprendizagem fragmentada está explicada pelo processo produtivo que leva a alienação com relação ao próprio trabalho. O Taylorismo e o Fordismo, ao organizarem as linhas de produção, com a especialização das diversas etapas dessa, em uma esteira contínua, onde o indivíduo jamais consegue ter a dimensão da importância do seu trabalho, conseguiram sem o esforço do combate, hegemonizar as idéias de que existem seres humanos que foram feitos para o trabalho manual e outros para o intelectual. Quando alguém somente aperta um parafuso, ou seleciona uma peça defeituosa, diariamente, não consegue se dar conta de que sua suposta pequenina parcela no processo global é tão importante quanto a do que planeja o produto a ser montado. Sem a sua parcela não há produto final. Mas a idéia de que qualquer um possa fazer seu trabalho, que lhe é incutida sistematicamente, acaba por levá-lo ao que chamamos de alienação. Falta de consciência da importância do produto final que enriquece a uns poucos. Essa filosofia vai ser colocada para as crianças, na escola,para prepará-los desde pequenos para essa alienação. O conhecimento oferecido também de forma fragmentada impede que a criança se situe no mundo como sujeito de suas ações. Se não consigo imaginar o todo da sociedade, como ela se articula, então não encontro meu espaço, e possivelmente eu não seja importante a ponto de mudá-la. Minha contribuição é tão pequena que não vale a pena tentar.Na sequência vemos a desmotivação, a falta de interesse, a violência, sinalizando que o caminho atual não pode continuar. É necessária a mudança de fato, sem remendos ou modernismos que continuam mascarando uma ideologia que é contra as classes dominadas.
domingo, 11 de outubro de 2009
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Um comentário:
Oi Zilá!! Trazes uma discussão que para muitos pode ser considerada ultrapassada, mas podemos perceber diariamente sua atualidade. Como transformar a escola em um espaço além (e contra) a fábrica? Continua sendo um desafio.
Abração!!
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