terça-feira, 30 de março de 2010

Situando-se no mundo

Sempre que começo o ano, faço várias investigações sobre a vida das crianças. Penso que meu trabalho deve iniciar pela construção de suas identidades individuais, desde por exemplo, a apropriação do nomes de forma correta. Tenho percebido nas últimas turmas de 4ªs séries, que as crianças chegam até ali, sem saberem escrever seus nomes corretamente. Não conseguem entender a importância de uma certidão de nascimento, porque ela existe e porque seus nomes devem ser escritos da forma como está ali registrado. No primeiro dia, após a recepção, (normalmente alguma brincadeira) peço que escrevam seus nomes no caderno e confiro com a lista de chamada. Várias crianças apresentam as escritas que não conferem com a lista. Daí, vamos para as certidões de nascimento, nas pastas dos alunos e verificamos onde está o engano, se na família ou se a escola se enganou ao digitar o nome da criança e por isso não confere. Já tive casos curiosos, como o de uma aluna atual, em que ela e sua mãe não gostavam que se escrevesse seu nome com s e por isso usavam z, a despeito de na certidão estar escrito com s. No momento seguinte, trouxe uma certidão para entendermos o que era registrado ali e sua importância. Mais adiante, passo para os endereços e telefones. Da mesma forma, a maioria das crianças não sabe escrever ou nem pronunciar corretamente o nome de sua rua, nem sabe o número de sua casa. Após conferirem como tema de casa, saímos para visitar cada uma das casas para ver onde moravam. Aproveitamos para olhar as placas com os nomes das ruas. Penso que se um aluno sai da escola, sem no mínimo saber ler e escrever seu nome completo e endereço, a escola não cumpriu seu papel de prepará-lo para vida, como está afirmado nas intenções dos belos PPPs.

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